Música da Hora
This little light of mine: https://www.youtube.com/watch?v=J2kDsqGeoLU
Marco Aurélio C. Pinto Rose Marinho Prado, você é muito sincera e visceral em suas postagens. Eu não tenho essa sua abertura: eu faço a mesma coisa que você faz, mas em meus diários. Talvez eu não exponha minhas incongruências porque elas são acompanhadas de certa pornografia. Rs. De qualquer modo, creio que a sua escrita é terapêutica: você mudaria algo em si ou encontraria suas ideias apenas pensando? São lados distintos do cérebro, e cada um deles ajuda de uma forma. Continue a escrever e a postar
Marco Aurélio, sou sincera. Visceral? Talvez, pois ainda me procuro, o dentro de nós é infinito, tanto quanto o
universo. Mas, o tempo do mergulho, no corpo que nos é dado, é
findo.
Escrever é terapêutico, diz você. Mas, será, Marco,
estaremos condenados à eterna terapia? Felizes os que tinham oráculos. Mais lírico?
É fato: tenho avançado sobre a tela, batendo no
vidro: “Toc, toc, toc, ô, de casa! Oi, você da cela ao lado!”.
***
Quando criança, uma vez descobri que
escrever na areia me satisfazia, tão bonito ver palavras cobertas de poeira e
outras brotando. Daí, este meu escrever da hora, da pétala que voa,
do vento que aguenta o quentar ao sol da vida cuja beleza se faz na dança do ir-se.
Ir-se, ir-me. Irem-se.
***
***
Vou-me e não me
sinto condenada à volta, porque, se volto, não alcançarei palavra. E preciso da
solidez da palavra unida ao querer. Vou mas buscarei outra areia onde deixe rastro. E
escrevi que não ia mais escrever no facebook. Era uma promessa pra mim que sou de promessas.
***
Porque você viu quanto sou visceral e
aberta. Você mesmo disse que é terapêutico escrever. E outro dia dei com um terapeuta - no facebook - a
analisar meu texto, de jeito incisivo. Machucada, resolvi me proteger.
***
Leia o que recebi e veja se dá pra
suportar.
O nome dele é Israel. Um amigo virtual com quem converso há anos. Tirei-o da página. Nem sei se fiz
bem. O fato é que me encolhi, depois. Qualquer um
ficaria ressabiado. E olha que venho escrevendo há anos. Desde o tempo do
Orkut. Se tive problemas com tais escritos, digo que foram poucos.
***
Mas, depois
disso, comecei a analisar os encontros virtuais. Quanto de sentimento haverá neles? Palavras não
são isentas de sangue. Leia e me dê razão.
Não demonizo Israel. Faço melhor, deixo-me tocar pela palavra dele e provo que a virtualidade não é virtual ( iche!).
*** O texto dele:
“Vc some da minha página, quando volto a
receber suas publicações percebo que há agora, não mais uma Rose, e sim duas
!!!
Fui lá e visitei o outro perfil da
Rose (da impostora). Confesso que com a sua briga contra você mesmo, eu fiquei
um pouco confuso sobre quem é quem. Lembrei-me de Lacan, quando diz que o eu é
um e-feito de dois significantes o mais
O que não se confunde na terapia, se
funde na internet. Talvez essa Rose que está vagando, perdida por ia pelos
caminhos virtuais, seja a Rose que faltava. .
Os fantasmas assombram em todo o
canto , não é mesmo ???
Seria esse um novo método de
forclusão ??? No fundo, talvez toda forclusão seja virtual.
Será que essa Outra Rose, a Rose que
não é você, quer lhe mostrar que mesmo o sofrimento e as queixas, quando bem
escritas e elaboradas, são desejados ? Mesmo as queixas analfabetas tem lá o
seu valor.
Sabe, talvez todos nós sejamos um
pouco doentes e bastante carentes, mas ninguém precisa mais de ajuda do que
alguém que se veste de outros por não ter um Outro interior”
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