sábado, 2 de janeiro de 2016

Respondendo a Marco Aurélio.

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Música da Hora 

This little light of mine: https://www.youtube.com/watch?v=J2kDsqGeoLU

Marco Aurélio C. Pinto Rose Marinho Prado, você é muito sincera e visceral em suas postagens. Eu não tenho essa sua abertura: eu faço a mesma coisa que você faz, mas em meus diários. Talvez eu não exponha minhas incongruências porque elas são acompanhadas de certa pornografia. Rs. De qualquer modo, creio que a sua escrita é terapêutica: você mudaria algo em si ou encontraria suas ideias apenas pensando? São lados distintos do cérebro, e cada um deles ajuda de uma forma. Continue a escrever e a postar


 Marco Aurélio, sou sincera. Visceral? Talvez, pois ainda me procuro, o dentro de nós é infinito, tanto quanto o universo. Mas, o tempo do mergulho, no corpo que nos é dado, é findo. 
Escrever é terapêutico, diz você. Mas, será,  Marco, estaremos condenados à eterna terapia? Felizes os que tinham oráculos. Mais lírico?
É fato: tenho avançado sobre a tela, batendo no vidro: “Toc, toc, toc, ô, de casa! Oi, você da cela ao lado!”.

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Quando criança, uma vez descobri que escrever na areia me satisfazia, tão bonito ver palavras cobertas de poeira e outras brotando. Daí, este meu escrever da hora, da pétala que voa, do vento que aguenta o quentar ao sol da vida cuja beleza se faz na dança do ir-se.
Ir-se, ir-me. Irem-se. 

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Vou-me e não me sinto condenada à volta, porque, se volto, não alcançarei palavra. E preciso da solidez da palavra unida ao querer.  Vou mas buscarei outra areia onde deixe rastro. E escrevi que não ia mais escrever no facebook. Era uma promessa pra mim que sou de promessas.

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Porque você viu quanto sou visceral e aberta. Você mesmo disse que é terapêutico escrever. E outro dia dei com um terapeuta - no facebook -  a analisar meu texto, de jeito incisivo. Machucada, resolvi me proteger.

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Leia o que recebi e veja se dá pra suportar.
O nome dele é  Israel. Um amigo virtual com quem converso há anos. Tirei-o da página. Nem sei se fiz bem. O fato é que me encolhi, depois. Qualquer um ficaria ressabiado. E olha que venho escrevendo há anos. Desde o tempo do Orkut. Se tive problemas com tais escritos, digo que foram poucos.

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 Mas, depois disso, comecei a analisar os  encontros virtuais.  Quanto de sentimento haverá neles? Palavras não são isentas de sangue. Leia e me dê razão.
Não demonizo Israel. Faço melhor, deixo-me tocar pela palavra dele e provo que a virtualidade não é virtual ( iche!). 



*** O texto dele:

 “Vc some da minha página, quando volto a receber suas publicações percebo que há agora, não mais uma Rose, e sim duas !!!
Fui lá e visitei o outro perfil da Rose (da impostora). Confesso que com a sua briga contra você mesmo, eu fiquei um pouco confuso sobre quem é quem. Lembrei-me de Lacan, quando diz que o eu é um e-feito de dois significantes o mais
O que não se confunde na terapia, se funde na internet. Talvez essa Rose que está vagando, perdida por ia pelos caminhos virtuais, seja a Rose que faltava. .
Os fantasmas assombram em todo o canto , não é mesmo ???
Seria esse um novo método de forclusão ??? No fundo, talvez toda forclusão seja virtual.
Será que essa Outra Rose, a Rose que não é você, quer lhe mostrar que mesmo o sofrimento e as queixas, quando bem escritas e elaboradas, são desejados ? Mesmo as queixas analfabetas tem lá o seu valor.
Sabe, talvez todos nós sejamos um pouco doentes e bastante carentes, mas ninguém precisa mais de ajuda do que alguém que se veste de outros por não ter um Outro interior”



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